É normal?

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Você sabe que neste momento há pessoas se matando não é? Mulheres subjugadas, políticos nojentos com promessas quebradas. Mísseis prateados bombardeando casas. É pai sem filho, desgostosos com a vida. É filho sem ter teto e migalhas para sobreviver. É gente transformada em bicho. Uns soltam bomba, outros prendem o choro. Desespero se torna música e nas ruas multidões de pessoas: vazias, sem Deus, sem tempo, sem amor. Correndo uns contra os outros sem ao menos olhar para o lado e perceber olhos tristes e desgastantes rogando atenção. Onde vamos parar? Pensamos que somos um grão de areia na praia, e decerto se esquivamos, desviamos, nos cegamos por própria vontade por mero comodismo, costume de ver audiência em jornais que só mostra notícias ruins, nos escapando e se conformando com um mundo cheio de caos dizendo: “O mundo só tende a piorar mesmo!” e assim todo o avesso é considerado “normal
”. 
Não que eu acredite que isso tudo vá mudar por obra da nossa simples e espontânea vontade esperneada de fazer o bem. Mas acredito que no dia em que tivermos capacidade suficiente de desligar a televisão, levantarmos do sofá, tapar ouvidos para conformidades e atentar os olhos para quem precisa, a gente compreenda, cheios de vergonha, que nos deixamos levar por essa ideia de que violência, fome, guerra e tragédias é “normal”. Porcaria de “normal” é esta! ”Desatrofiando” nossas mentes de tanto egoísmo e individualidade veremos o quanto somos vivos e estamos aqui para evoluir, mas não só: é por isso que há gente que precisa de nós.  
      Isso não significa vestir a camiseta do Che Guevara, ficar só no dilema de um mundo socialista, levar uma cesta básica pra África ou ir até a faixa de Gaza sozinho e entrar na frente de um canhão de guerra e se matar. Eu tô falando da criança suja da cidade que é sujeita a vender balas para sobrevier e quando não consegue vende-las apela para o roubo. Eu tô falando pra fazer alguém sorrir no momento em que precise. Quando ver algum desconhecido na rua da padaria chorando, não pensar duas vezes para ir abraça-la (mas cuidado, ela pode se assustar!). Eu tô falando de pagar um lanche para quem está com fome, perto da gente. Eu tô falando de simplicidade, sem nariz empinado, sem classes dominantes mesquinhando o pão ao próximo. Eu tô falando de mais sorrisos, mais abraços, mais leveza, mais bondade e sem murmuração. Onde o amor há de acordar do seu sono, sua força motriz poderosa, sua vontade que a tudo movimenta e estremece e que acenderá nas sombras e explodirá feito as bombas dos facínoras. Eu tô falando de ajudar o vizinho a concertar o telhado da casa, regar uma planta e dar comida para um cachorro de rua. De compartilhar o guarda chuva com quem está se molhando e que segue o mesmo trajeto que você. Eu tô falando de gente preocupada, que se doa, mas não espera nada em troca. Gente que descruza os braços, mas faz as coisas em silêncio. Sem querer se aparecer.  Eu tô falando do dia-a-dia, na hora do almoço enviar uma mensagem só pra lembrar a outra pessoa que ela é amada. Acha impossível? É perda de tempo? Eu não acho. É dando que se recebe. Isso talvez não mude o mundo, mas a si mesmo e ao seu próximo a diferença vai soar medonhamente.  E unindo forças, a esperança com seu jeitinho manso vai se achegando na vida. Isso é viver. É um legado. Quem sabe assim, juntos fazendo coisas descabidas, sem sentido e totalmente contrário do que é “normal”, para cada declaração de guerra teremos milhões de declarações de amor, que serão lidas e ouvidas pelos receptores. Isso não é ter a ilusão de que com essas atitudes, a paz reinará, soldados caíram de joelhos frente á guerra apreciando a beleza de um arco-íris, balas de armas se transformando em flores e que a miséria terá fim e tudo se transforma em paraíso. Mas assim, juntos nas pequenas coisas, irmanados pela aventura do amor à vida, a nós mesmos e aos outros, criaremos um novo estado de coisas e escreveremos para milhões e milhões de mãos a nossa declaração universal dos direitos e deveres de amar.  
     Então, ao trabalho!!!

 

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